segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A verdade é relativa ou absoluta?



Muita confusão tem surgido em torno deste assunto, deixando muita gente com a ''pulga atrás da orelha'' em relação à verdade. Afinal, ela é relativa ou absoluta? Se algo é verdadeiro então é verdadeiro para todas as pessoas, de todos os lugares e épocas? Ou ela varia de sociedade para sociedade e de cultura para cultura? Estas são algumas das principais dúvidas quando se fala na verdade.

Mas, afinal, o que é a verdade? Como podemos saber se ela é relativa ou absoluta sem saber o mais básico sobre ela? Bem, de uma maneira bem simples: a verdade é dizer aquilo que é. A verdade é aquilo que corresponde à realidade. Um erro, ou uma mentira, é aquilo que não é, e que não corresponde à realidade dos fatos. Mas, há também algumas outras verdades sobre a verdade, por exemplo:

1) A verdade é descoberta, e não inventada - Ela existe independentemente do conhecimento que uma pessoa tenha dela. Ex: A lei da gravidade existia antes de Newton

2) A verdade é transcultural - Se alguma coisa é verdadeira, então ela é verdadeira para todas as pessoas, de todos os lugares, de todas as épocas. Ex: 2+2=4 em todos os lugares, em todo tempo.

3) A verdade é imutável - Embora as nossas crenças sobre a verdade possam mudar. Ex: Quando começamos a acreditar que a Terra era redonda, em vez de plana, a verdade sobre a Terra não mudou, o que mudou foi nossa crença em relação a Terra.

4) As crenças não podem mudar um fato, não importando o quão seriamente elas sejam expressadas - Ex: Alguém pode acreditar que a Terra é plana, mas isso faz a pessoa estar sinceramente errada.

5) A verdade não é afetada pela atitude de quem a professa - Ex: Uma pessoa arrogante não torna falsa a verdade que ela professa; e uma pessoa humilde não faz o erro que ela professa transformar-se em verdade.

6) Todas as verdades são verdades absolutas.

É possível haver crenças contrárias, mas verdades contrárias é impossível de existir. Ou seja, podemos acreditar que uma coisa é verdade, mas não podemos fazer tudo ser verdade.

Entretanto, muitos tem optado e defendido uma verdade relativa, argumentando que cada indivíduo tem sua própria verdade e que não existe essa coisa de ''verdade absoluta''.

Porém, o relativismo é uma visão da verdade que se sustenta diante de uma análise lógica? Não! Por várias razões: Em primeiro lugar, o relativismo não pode ser verdadeiro, pois contradiz a nossa maneira de viver. Em outras palavras, o relativismo é falso porque exigimos a verdade em praticamente todas as áreas da nossa vida. Exigimos, por exemplo, a verdade de:

• Entes queridos (ninguém quer ouvir uma mentira de um cônjuge ou de um filho, e certamente, os relativistas também não querem!);

• Médicos (queremos ter a receita do remédio correta e que seja realizado o procedimento médico adequado.);

• Tribunais (queremos que condenem apenas os verdadeiros culpados);

• Empregadores (queremos que nos digam a verdade e nos paguem de maneira justa);

• Companhias aéreas (exigimos aviões verdadeiramente seguros e pilotos realmente sóbrios).

Também esperamos ouvir a verdade quando escolhemos um livro, lemos um artigo, ou assistimos ao noticiário. Você, de fato, está esperando ler a verdade aqui neste texto sobre a verdade. Queremos a verdade de anunciantes, de professores e políticos.

Nós confiamos nas placas nas estradas indicando o caminho numa viagem, nas bulas dos remédios e nos rótulos de alimentos. Acreditamos que eles estejam dizendo a verdade. Mas, apesar disso, infelizmente, há aqueles que insistem em relativizar a verdade!

Em segundo lugar, o erro fatal do relativismo é afirmar que é absoluto aquilo que ele diz ser relativo. Em outras palavras, o relativismo é auto-contraditório. Podemos confirmar isso por meio do ''princípio da não-contradição'', formulado por Aristóteles (384-322 a.C.) em seus estudos sobre a lógica, em que ou algo é A, ou não-A, não há como ser os dois ao mesmo tempo.

O princípio da não-contradição expõe a falsidade de afirmações relativistas, como: ''tudo é relativo'' (isso também é relativo ou absoluto?), ''não existe verdade absoluta'' (Você está absolutamente certo disso?), ''não existe essa coisa chamada verdade'' (essa sua afirmação é verdadeira?); dentre outras. Ou seja, o relativismo é falso em si mesmo.

Em terceiro lugar, outra forma de ver a fragilidade do relativismo, é por meio de uma das principais características da verdade: ela é inescapável. Não há como escaparmos dela. Negar-lhe a existência é confirmá-la. Se quiser constatar isso, apenas trate um relativista de uma maneira não-verdadeira, e veja o quão irado ele irá ficar por você não ter tratado ele de um modo verdadeiro (principalmente se diz respeito ao dinheiro dele). Em outras palavras, ele pode negar os absolutos na teoria, porém na prática, as suas reações expõem o senso de verdade absoluta dentro de sua consciência.

Como C. S. Lewis escreveu:

''Num tipo de simplicidade assustadora, removemos o orgão e exigimos a função. Fazemos homens sem peito e esperamos deles virtude e iniciativa. Rimos da verdade e ficamos chocados ao encontrarmos traídores em nosso meio. Castramos e esperamos que o castrado seja reprodutor.''³

Portanto, podemos concluir, sem sombra de dúvida, a verdade é absoluta. Na prática, a verdade relativa não se sustenta, e aqueles que de modo cego, negam verdades absolutas, estão se contradizendo, negando a lógica e esquiando sobre gelo fino - e essa é uma afirmação absoluta.
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Referências:
¹ Norman Geisler e Frank Turek, Não tenho fé o suficiente para ser ateu,
³ C. S. Lewis, Cristianismo Puro e Simples.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Por que devo acreditar em alguma coisa?

Dúvidas acerca da vida nos surpreende a todo instante e quando menos esperamos. Por exemplo, neste exato momento, se você vasculhar sua memória, verá que alimenta uma dúvida acerca de algo: profissão, faculdade, família, etc. Porém, e quando surgem dúvidas acerca da nossa existência? E sobre o nosso destino? Essas são apenas duas das muitas perguntas feitas por todo ser humano. Nós, não nos vemos satisfeitos apenas tendo nossas necessidades naturais supridas, parece ainda que nos falta algo, alguma coisa que não se encontra em lugar algum no Universo. A conclusão a que chegamos, é que deve haver algo além do cosmos, além de tudo o que é observado que dá sentido à nossas vidas. Eis aí uma característica intrinseca de todo ser humano - a busca pelo divino.

Ao longo da vida, recebemos ensinamentos de nossos pais, amigos, professores e do meio em geral em que estamos inseridos, e são esses fatores que influenciam na formação da nossa chamada cosmovisão (visão de mundo) - a maneira pela qual enxergamos a vida. Muitos em geral, são apáticos em relação à uma visão de mundo correta, afirmam que independente da maneira que enxergamos o mundo, no fim todas as cosmovisões estão corretas. Não pretendo me estender este assunto de qual a cosmovisão correta, porque será tema de uma postagem mais posterior. Por enquanto, me limito a examinar porque é importante não ser indiferente em relação a existência ou não de algo além do mundo físico (o que chamamos de metafísica) e no que ela influencia em nossas vidas, afinal de contas, aquilo que uma pessoa acredita sobre Deus afeta tudo o mais que ela acredita.

As cinco perguntas mais importantes da vida são:

• Origem: de onde viemos?
• Identidade: Quem somos?
• Propósito: Por que estamos aqui?
• Moralidade: Como devo viver?
• Destino: Pra onde vamos?

A resposta para essas cinco perguntas, dependem da existência de Deus. Se Deus existe, então existe significado e propósito para a vida. Se Deus existe, então existe uma maneira certa e uma maneira errada de se viver. As escolhas que fazemos hoje não apenas nos afetam aqui, mas também na eternidade. Por outro lado, se Deus não existe, então a conclusão é que a vida de alguém não significa nada. Uma vez que não existe um propósito duradouro para a vida, não existe uma maneira certa ou errada de viver. Não importa de que modo se vive ou naquilo em que se acredita, pois o destino de todos é o pó.

Não estou afirmando com isso que aqueles que negam a existência de Deus não vivem uma vida de objetivos, propósitos, ou uma vida moralmente correta. Certamente que vivem, mas, o que estou tentando dizer é que nada do que se faz na ausência de Deus tem sentido absoluto em si. Um homem que não acredite em nenhum tipo de deus pode alterar o curso da história, mudar sua sociedade ou o ambiente em que vive, mas, quando morrer, ou daqui a alguns milhões de anos quando o Universo se esfriar completamente, todo o seu esforço e trabalho terá sido em vão. Não creio que no fim de tudo, possa dizer que algo valeu a pena.

Mas, felizmente, existem pessoas que reconhecem que uma vida sem um propósito duradouro é uma vida sem sentido, e chegam a conclusão de que tudo não acaba aqui. Há algum ''além'' que está a espera de todos nós, e que igualmente todas as suas ações terão considerável valor após a sua morte. Essa crença em uma vida pós-mortem, e a justa recompensa por cada ato é o que forma a base de todas as religiões. Aliás, já que toquei neste assunto, permita-me esclarecer um equívoco muito comum na mente de alguns quando nos referimos à religião.

A afirmação de que a religião nada mais é do que uma simples questão de fé não é verdadeira. Embora a religião requeira fé, ela não é apenas fé, pois fazem uso de fatos - sejam eles históricos ou não - que são verdadeiros. Todas as religiões - incluindo o ateísmo - fazem afirmações verdadeiras que podem ser avaliadas por meio da investigação científica. Deixe-me dar um exemplo: Os cristãos dizem que o universo foi criado - teve um início [Gn 1:1]. Os hinduístas e budistas não. Eles crêem que o universo é eterno. Um desses está certo e o outro está errado! Os cristãos, afirmam que Cristo morreu e ressucitou [I Co 15:3-8], já os muçulmanos afirmam que Jesus nem mesmo morreu [Surata 4:157]. Uma das afirmações está certa e a outra errada. Não há como as duas estarem certas! Como podemos saber qual dessas afirmações é a verdadeira? - Pela comprovação histórica. Logo, vemos que as religiões são baseadas não somente em fé, mas em fatos.

Tendo esclarecido um dos principais equívocos sobre religião (sendo o outro, ''todas as religiões são verdadeiras'' - que será esclarecido em um post posterior); quero me deter em uma religião em especial: o cristianismo. O qual eu faço parte e que defenderei em todas as postagens.

Já me fizeram a seguinte pergunta: ''O cristianismo é verdadeiro?'' Bem, com toda sinceridade eu acredito que sim. Contudo - algo que não devemos esquecer -, para uma pessoa ter uma certeza como a minha, é necessário que ela faça uma ampla investigação das provas com a mente aberta.

Porém, existem alguns obstáculos emocionais que às vezes impedem a aceitação do cristianismo:

• O exclusivísmo cristão (Somente o cristianismo é a verdade)
• A doutrina do inferno (Deus mandará os desobedientes para o inferno)
• A hipocrisia de alguns cristãos (é fato que a hipocrisia na igreja repele muito mais pessoas do que qualquer outro fator).

Existem também razões para a não aceitação do cristianismo, que não se baseia na area das emoções, mas da vontade da pessoa em não aceitar. A principal é a moralidade cristã - que parece restringir todas as nossas escolhas da vida. Afinal de contas, a maioria de nós não quer dar satisfação de nossas atitudes a ninguém, principalmente ceder nossa liberdade a um Deus invisível. Mas, a despeito de tudo, dos obstáculos intelectuais, emocionais, e da vontade própria, vemos que não é a fé no cristianismo que é uma coisa difícil, mas a fé no ateísmo. Uma vez que a pessoa olha para as provas, ela chega a conclusão de que é necessário ter mais fé para ser um não-cristão do que um cristão - algo que vou começar a explorar nas próximas postagens.

Portanto, como veremos em todas as postagens subsequentes, o cristianismo é a visão de mundo mais plausível para se ter. Essa não é uma conclusão pessoal, sendo eu cristão, mas sim uma conclusão baseada em evidências que você poderá chegar por si próprio. Espero que daqui em diante, você deixe todas as suas bagagens filosóficas que teve até aqui um pouco de lado e analise cada prova a favor do cristianismo com sua mente mais aberta possível. Ah! Já ia me esquecendo. Não tratarei aqui da veracidade das vertentes do cristianismo, se o Catolicismo Romano é verdadeiro, ou o Protestantismo; se a Igreja Anglicana ou a Ortodoxa. Não vou me ocupar nisso. Tratarei da veracidade cristã em geral, como o escritor C. S. Lewis chamou de ''Cristianismo Puro e Simples'', algo comum a todas as vertentes. Portanto, não espere que eu vá me ocupar nestes assuntos; não estou interessado neles - pelo menos por enquanto.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O ''Escudo da Fé''.

Quando se fala em escudo, se fala em proteção, e quando se fala em proteção se fala em se proteger de algum ataque iminente. Bom, é exatamente sobre isso que se trata o texto ''Escudo da Fé''. Um alerta a proteção da fé cirstã.

Já nos ensinava o apóstolo Paulo, em sua carta aos Efésios, que ''devemos nos revestir de toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes'', mas ''sobretudo'' - ele afirma - ''tomai o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno'' [Ef 6:13,16]. E é exatamente esse ataque que nossa fé vem sofrendo. Não é mais um ataque físico, com espadas, torturas e prisões, ou servindo de alimento para leões famintos, mas sim, ataques no campo das idéias, filosóficos e intelectuais, com o intuito de minar a crença em um Deus verdadeiro e em seu Filho, Jesus Cristo.

Percebo que, Satanás, sabendo de que tirando a vida dos cristãos não impediria o crescimento do cristianismo, teve de mudar sua tática e sua estratégia de ataque se voltando assim, para a base que sustenta toda a crença cristã: a fé. Pois, se ele conseguir neutralizar a fé de uma pessoa, o que mais resta? Ora, se quisermos acabar com um jogo de futebol, devemos apenas tirar a bola do campo. Se quisermos impedir uma partida de basquete ou de volei, basta apenas impedir que haja bolas na quadra. E por que não acabamos com esses esportes removendo os jogadores ao invés das bolas? Simples. Suponha que um jogador se machuque, outro é colocado em seu lugar; mesmo que todos se machuquem, há sempre um substituto. Agora, remova o elemento principal do jogo, o objeto pelo qual eles fazem os gols e os pontos, simplesmente não poderão fazer absolutamente nada, a presença deles no campo ou na quadra não fará sentido algum. Assim é a fé. Ela é a ''bola'' pela qual os cristãos marcam seus pontos, ela é o meio pelo qual o mundo espiritual interage com o terreno. Já dizia o desconhecido autor da epístola aos Hebreus que através da fé cremos em Deus; neutralize a fé dos cristãos e nada restará.

É por esse motivo que não podemos bobear, nossa fé está sob ataque! Ateus, céticos, relativistas e pluralistas estão com armamentos pesados prontos para fazer em pedaços um cristão indefeso. Não seja um. Não esqueça que defender a sua fé é mandamento de Deus [II Co 10:4,5; I Pe 3:15; Jd 3]. Devemos a cada dia reforçá-la e fazer com que ela seja um grande escudo, não somente um escudo, mas uma grande muralha para nos manter firmes contra os dardos que recebemos diariamente, direta ou indiretamente, de todas as partes dessa sociedade pós-moderna que cada vez está mais degradada e distante de Deus.

Este blog foi criado a fim de esclarecer algumas questões cristãs que tem sido temas de debates e dúvidas, pois elas muitas vezes são ''a pedra no caminho'' de pessoas que querem sinceramente aderir ao cristianismo, mas não o faz porque há uma barreira intelectual entre elas e a verdade que as impede de prosseguir seu caminho e chegar ao seu destino pretendido. E esse blog não somente servirá como um dinamite que fará em pedaços toda a muralha intelectual dos duvidosos, mas também será como uma flecha que acertará bem no alvo das principais objeções vindas da parte daqueles que são contra nossa fé. Então, siga a advertência do Apóstolo Paulo, coloque sua armadura, pegue seu escudo - estamos em meio a uma guerra.