sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Hipótese do Deutero-Isaías

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Isaías inclui profecias surpreendentemente específicas que se realizaram séculos mais tarde com precisão exata. O valor apologético dessa profecia, no entanto, foi diminuido pela alegação dos críticos de que houve pelo menos dois Isaías. Eles afirmam que o segundo Isaías que viveu em data posterior, registra a história em vez de estabelecer profecias preditivas.

A posição tradicional quanto ao livro de Isaías é que ele foi escrito por Isaías, filho de Amoz, entre 739 e 681 a.C. No entanto, críticos negativos argumentam que ''Proto-Isaías'' abrange os capítulos de 1 - 39, ao passo que Deutero-Isaías escreveu os capítulos de 40 a 66 no século V a.C.

Nesse caso, a incrível profecia de Isaías que incluia a previsão de que um rei chamado Ciro (Is 45:1) seria levantado por Deus para disciplinar Israel perde seu valor profético. Pois, se o próprio Isaías não escreveu isso cerca de 150 anos antes de Ciro nascer, mas depois que ele viveu, não há nada de maravilhoso em saber seu nome.

Uma resposta à hipótese

A posição tradicional de que o livro de Isaías é uma única obra escrita pelo profeta Isaías é apoiada por vários argumentos.

A posição crítica que separa Isaías em dois ou mais livros é baseada na suposição de que não existe profecia preditiva. Teólogos modernos afirmam que as profecias nos capítulos 40 a 55 sobre Ciro devem ter sido escritas depois que Ciro reinou na Pérsia. Essa posição é anti-sobrenatural e tenta explicar essas seções de Isaías como história. No entanto, já que Deus distingue o fim desde o começo (Is 46:10), não é necessário negar o elemento sobrenatural nas profecias de Isaías.

As diferenças entre as duas partes do livro podem ser explicadas de outras maneiras além da abordagem de dois autores. Os capítulos de 1 a 39 preparam o leitor para as profecias contidas no capítulo de 40 a 66, antecipando a invasão de Senaqueribe (cap. 36 e 37) e a decadência espiritual que estava causando a queda de Jerusalém (cap. 38 e 39). Esses quatro capítulos intermediários (36 - 39) não estão em ordem cronológica porque o autor os usa para preparar o leitor para o que se seguirá.

A diferença nas palavras e no estilo de escrita entre as duas seções do livro foi usada pelos eruditos críticos para substanciar sua afirmação de que há pelo menos dois livros diferentes. Essas diferenças, no entanto, não são tão grandes quanto se afirma, e as que realmente existem podem ser explicadas como diferenças no assunto e ênfase.

Nenhum autor escreve exatamente no mesmo estilo usando precisamente o mesmo vocabulário quando escreve sobre assuntos diferentes. Todavia, várias frases encontradas em ambas as seções comprovam a unidade do livro. Por exemplo, o título ''Santo de Israel'' é encontrada 12 vezes nos capítulos de 1 a 39 e 14 vezes em 40 a 66.

Em Lucas 4:17, Jesus levantou-se para ler na sinagoga e ''foi-lhe entregue o livro do profeta Isaías''. O povo na sinagoga e o próprio Jesus acreditavam que esse livro era do profeta isaías. Outros autores do Novo Testamento aceitam Isaías como autor do livro inteiro. João 12:38 afirma que Isaías foi quem escreveu as afirmações encontradas em Isaías 6:1s. e 53:1. Outros exemplos em que o Novo Testamento atribui partes dos capítulos de 40 a 66 a Isaías incluem Mateus 3:3; Marcos 1:2,3 e João 1:23 (Is 40:3); Mateus 12:17-21 (Is 42:1-4); Atos 8:32,33 (Is 53:7,8); e Romanos 10:16 (Is 53:1).

Os rolos do Mar morto incluem as cópias completas mais antigas do livro de Isaías, e não há espaço no rolo entre os capítulos 39 e 40. Isso indica que a comunidade de Qumran aceitava a profecia de Isaías como um livro completo no século II a.C. A versão grega da Bíblia hebraica, que data do século II a.C., trata o livro de Isaías como um único livro escrito por um único autor, Isaías, o profeta.

Ainda que a crítica pudesse demonstrar que parte ou todo o livro de Isaías foi escrito no século V ou mais tarde, isso não refutaria a natureza sobrenatural das previsões sobre Cristo. Estas foram cumpridas séculos depois da última data possível para sua aparição. Isaías previu o nascimento (Is 11;61) e sua morte pelos nossos pecados (Is 53). Isaías 53 é tão específico e tão messiânico que até a interpretação rabínica desse capítulo antes da época de Cristo o considerava uma previsão sobre o futuro Messias.

Na realidade, V a.C., é uma previsão sobrenatural clara e específica dada centenas de anos antes. Se Isaías teve uma fonte sobrenatural para essa profecia, então não há razão para acreditar que não teve a mesma fonte sobrenatural para a suas previsões sobre Ciro.

Conclusão

A tentativa dos críticos da Bíblia de postular um segundo Isaías posterior ao exílio babilônico não nega a natureza sobrenatural de suas previsões específicas. Eles nem conseguem provar que houve um outro Isaías que escreveu os capítulos 40 a 66. Logo, as predições de Isaías que mencionam Ciro pelo nome mais de 150 anos antes de ele nascer ainda prevalecem. Mesmo que Isaías recebesse data mais tardia em parte ou por inteiro, o livro está cheio de previsões específicas, principalmente aqueles cumpridas literalmente por Cristo, que foram feitas com séculos de antecedência.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Suposto chamado divino de Maomé

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Maomé afirma ter sido chamado por Deus para ser profeta. Na verdade, ele afirmou ser o último dos profetas de Deus na terra, ''o derradeiro dos profetas'' (Surata 33:40). A suposta natureza miraculosa de seu chamado é usada pelos muçulmanos como prova de que o islamismo é a religião verdadeira.

Uma investigação dos fatos, mesmo a partir de fontes islâmicas, revela que a visão que o islã tem de Maomé sofre de um problema agudo de presunção.

Não é possível encontrar, por exemplo, provas da reivindicação de que ele foi chamado para dar a revelação completa e final de Deus nas circunstâncias que envolvem seu chamado.

Elementos do chamado

Sufocado por um anjo. Durante seu chamado, Maomé disse que foi sufocado pelo anjo - três vezes. Maomé disse sobre o anjo: ''Ele me sufocou com o pano até eu achar que iria morrer. Então me soltou e disse: 'Recite!' (Iqra). Quando hesitou, recebeu ''mais duas vezes o maltrato''. [1]

Essa parece ser uma forma anormal de aprendizado coagido, não característico do Deus gracioso e misericordioso que os muçulmanos afirmam que Alá é, assim como contrário ao livre-arbítrio que acreditam que ele deu ás suas criaturas.

Enganado por um demônio? O próprio Maomé questionou a origem divina da experiência. A princípio, pensou que estava sendo enganado por um jinn (espírito malígno). Na verdade, Maomé a princípio ficou com muito medo da fonte dessa nova revelação, mas foi encorajado por sua esposa Khadijah e o primo dela, Waraqah, a acreditar que a revelação era a mesm que Moisés recebera e que ele também seria um profeta de sua nação.

Um dos biógrafos modernos mais respeitados, Muhammad Husayn Haykal, fala vividamente sobre o medo atormentador de Maomé de estar possuído por um demônio:

''Entrando em pânico, Maomé levantou e perguntou a si mesmo: ''O que vi? Será que fiquei possuído como temia?''. Maomé olhou para sua direita e para sua esquerda, mas não disse nada. Ficou ali por um tempo tremendo de medo e estupefato. Temia que a caverna pudesse estar mal-assimbrada e que ele acabasse fugindo, ainda incapaz de explicar o que viu'' [2]

Haykal observa que Maomé antes temia a possessão demoníaca, mas sua esposa Khadjah o convenceu ao contrário. Pois, ''como fez em ocasiões anteriores quando Maomé temeu estar possuído pelo demôno, agora também permaneceu leal a seu marido e desprovida de qualquer dúvida''. Assim, ''respeitosamente, até reverentemente, ela lhe disse: 'Regozije-se meu primo! Seja firme. Por aquele que domina a alma de Khadjah, eu oro e espero que seja o Profeta desta nação. Por Deus, não abandonarei'' [3]

Na verdade, a descrição de Haykal sobre a experiência da ''revelação'' recebida por Maomé é semelhante a de outros médiuns. Haykal escreveu sobre a revelação para remover a suspeita de culpa sobre uma das mulheres de Maomé:


''Maomé não havia se movido de seu lugar quando a revelação veio a ele acompanhada das convulsões costumeiras. Ele ficou estendido nas suas roupas, e um travesseiro foi colocado sob sua cabeça. Aishah [sua esposa] mais tarde relatou: ''Temendo que algo ameaçador estivesse prestes a acontecer, todos na sala estavam com medo, exceto eu, pois não temia nada, porque sabia que eu era inicente...'', Maomé recuperou-se, sentou-se e começou a enxugar a testa onde gotas de suor de juntavam'' [4]

Outra característica geralmente associada a ''revelações'' ocultas é o contato com os mortos (cf. Dt 18:9-14). Haykal, relata uma ocasião em que ''os muçulmanos que o ouviram [Maomé] perguntaram: 'Está invocando os mortos?', e o Profeta respondeu: 'Eles me ouvem assim como vocês, mas não podem me responder''' [5].

Em outra ocasião, Maomé foi encontrado ''orando pelos mortos enterrados naquele cemitério'' [6]. Haykal até admite francamente que

''não há razão para negar o evento da visita do Profeta ao cemitério de Baqi por ser inadequado, levando-se em consideração o poder espiritual e psíquico de Maomé de comunicação com os diversos campos da realidade e sua percepçãom da realidade espiritual que excede a dos homens comuns'' [7]

Silêncio e depressão. Outra coisa w2ue obscurece a suposta origem divina de sua mensagem é o fato de que, depois disso, houve um grande período de silêncio que, segundo alguns registros, durou três anos, durante os quais Maomé entrou em desespero, sentindo-se abandonado por Deus e chegando a considerar o suicídio. Essas circunstâncias não parecem ser características de um chamado divino.

A ''revelação'' satânica. Em outra ocasião, Maomé anunciou uma revelação que achava ser de Deus, mas depois a mudou, afirmando que Satanás havia colocado os versos no texto. Deus teria dito ao profeta: ''Tais (divindades) não são mais do que nomes, com que as denominastes, vós e vossos antepassados, acerca do que Allah não vos conferiu autoridade alguma'' (Surata 53:23; v. 22:51).

Mas infelizmente a mentira humana é sempre uma possibilidade. Os próprios muçulmanos acreditam que todos os que reivindicam ter revelações que se opõem ao Alcorão são mentirosos. À luz disso, é razoável perguntar se os muçulmanos consideram a possibilidade de a primeira impressão de maomé, de que estava sendo enganado por um demônio, ser correta.

Eles reconhecem que Satanás é real e que é um grande mentiroso. Então, por que descartam a possibilidade de o próprio Maomé ter sido enganado, como pensou a princípio?

Fontes humanas para o Alcorão
. Finalmente, alguns críticos não vêem nada de sobrenatural na origem das idéias de Maomé, observando que a grande maioria das idéias no Alcorão têm fontes judaicas, cristãs ou pagãs conhecidas. Até Haykal inadvertidamente indica uma possível fonte das ''revelações'' de maomé. Ele escreveu:

''A imaginação do árabe é forte por natureza. Por viver sob a abóbada do céu e deslocar-se constantemente à procura de pastos ou comércio, e por ser constantemente forçado a extremos, exageros e até mentiras que a vida comercial geralmente acarreta, o árabe é dado ao exercício de sua imaginação e a cultiva continuamente para o bem ou para o mal, para a paz ou para a guerra'' [8]

Conclusão.

A reivindicação de que Maomé foi chamado por Deus não pode ser apoiada pela evidência. Na realidade, a comprovação, mesmo em fontes islâmicas, é justamente a oposta. Além disso, não há confirmação sobrenatural desse chamado.

Finalmente, o caráter de Maomé deixa muito a desejar em relação à sua reivindicação. Comparado ao caráter impecável de Cristo, Maomé torna-se insignificante.

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Referências

[1] T. Andrae, Muhammad: the man and his faith, p.43,44
[2] M. H. Haykal, The life of Muhammad, p. 74
[3] Idem, p.75
[4] Idem, p.337
[5] Idem, p.231
[6] Idem p.495
[7] Idem p. 496
[8] Idem p. 319

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Ateu Dramático

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                                                                                                                       Por Snowball

Essa é uma técnica de debate em que o neo-ateu desistirá da argumentação, passando a apelar para as emoções para criticar a ideia de Deus ou a ideia religiosa que estiver em jogo. Ele dirá que Deus é “castrador”, “injusto”, “incompetente”, “deixa crianças jovens morrerem sem aproveitar a vida”, “não tem compaixão para mim”, etc. E o religioso tem que dar uma resposta que conforte o subjetivismo emocional do neo-ateu pois, caso contrário, ele rejeitará tudo aquilo que o teísta acredita.

Um exemplo de ateu que faz seu lado dramático pode ser encontrado abaixo:

FORISTA: Quando nos tornamos Ateus, os motivos nao sao a principio, a falta da existencia de um “ser” (Deus) que surgiu do nada, o que nos faz questionar sao seus supostos atos ou a falta deles, e tbm os argumentos que explicam a auxencia de sua suposta compaixao. Nao temo um ser cruel e castrador. Um dia me perguntei: Quem criou Deus?

Primeiro, um esclarecimento: a definição de Deus não é de um ser que passa a existir. Deus seria um ser eterno, necessário e não-causado. E se existe desde sempre, não existe necessidade de uma causa para ele no estilo “um “ser” (Deus) que surgiu do nada” e “Quem criou Deus?”  como sugeriu nosso amigo. Assim, uma abobrinha já está refutada.

Outro estratagema é o truque Representante do Ateísmo. Veja que ele fala “nós”, “o que nos faz”… Como ele fala só sobre ele mesmo, não pelos outros ateus (pois ateu, segundo os neo-ateus, se caracteriza só e somente só pela “descrença” em Deus), ele não pode usar o quantificador dessa forma (atente, pois isso é usualmente usado para fazer self-selling do grupo neo-ateu: “nós pensamos”, “Nós refletimos”, “nós temos pensamento crítico”, “nós olhamos as evidências”, “nós representamos o pensamento científico”, “nós não precisamos do conforto de Deus”, etc).

Finalmente, sobre o truque em si, você vai observá-lo quando o neo-ateu começar a jogar um monte de frases que tenham apenas conteúdo emocional, mas não um suporte racional forte. Aí é só perguntar: “E desde quando seu emocionalismo virou argumento?”

Se ele deseja argumentar, então ele deve construir um raciocínio com etapas, dando justificativas para cada uma. A metralhadora de afirmações puramente emocionais ao vento não serve para NADA em termos argumentativos. Se ele só desejava “desabafar”, certo, ele vai desabafar. Mas isso tem tanta relevância quanto pequenas autobiografias tem em contexto de debate –
nenhuma.

É interessante observar que as melhores objeções ao teísmo não tomam forma de argumento, mas de apelo emocional (que é uma forma de falácia). A primeira é o apelo ao ridículo (comparar Deus com algo estranho e categorizar como a mesma coisa), a segunda é o apelo ao orgulho (“Você estará representando a ciência", etc) e a terceira é o apelo ao desconforto emocional (“Religião causa guerras”, “Deus não tem compaixão”, etc). 

Naturalmente, isso não passa por um crivo argumentativo. E a melhor forma de ver isso é que se essa fosse uma forma correta de argumentação, então tanto o ateísmo quanto o teísmo seriam verdadeiros. Basta um argumento teísta ser construído no mesmo sentido emocional dos argumentos anteriores. Por exemplo, o argumento da morte humana: “Mas você acha que tudo vai acabar para todo homem, sem mais nem menos? Que o homem morre e que não há nenhum Deus? Que o homem, que seria a mais desgraçada das criaturas, chega ao túmulo apenas dormir o sono eterno? Todas nossas amizades, todas as nossas lutas, todas as coisas que julgamos ser ações boas e nos sacrificamos por elas… Tudo isso foi tudo em vão? Que o bom e o mau tem o mesmo fim? Que o mundo não passa do palco para a auto-destruição e decepção dos sentimentos mais nobres? Se o ateísmo for verdadeiro, então isso é verdade. Mas isso não pode ser verdade. Portanto, Deus existe!”

Claramente, o raciocínio que apresentei acima não prova nada. Ele está baseado no desconforto subjetivo da pessoa em questão, mas daí não segue logicamente que o mundo deve se ajustar ao seu subjetivismo. E o mesmo vale para o neo-ateu. As coisas simplesmente não funcionam assim.  Os argumentos emocionais só tem o valor retórico e de influência psicológica, parando por aí.

O engraçado que em certas questões, como o Problema do Mal (e essa técnica do ateu dramático é bastante aplicada no Problema do Mal), você pode encontrar neo-ateus que admitam que é possível que Deus tenha razões para permitir o mal. Mas eles vão se sentir incomodados ou “impactados” com o Mal, então tentam avançar o argumento por aí, fazendo incomodações emocionais. Mas como escreveu meu amigo Paulo Junio do Teismo.net em texto ainda não publicado:
As pessoas podem se sentir mal com esse problema, podem se sentir mal por terem a impressão de Deus ser um negligente, ou algo do tipo, mas esse ‘sentir mal’ das pessoas não torna o problema do mal nem mais lógico nem mais racional. Apenas dá outras impressões sentimentais, sem nenhum resultado lógico.
E é exatamente isso.

Fim de papo.

Essa é só uma maneira de fazer um parangolé dramático. Se isso acontecer, você já está alerta para o fato de que o apelo emocional não é uma boa base argumentativa.

Aí é só apontar e deixar claro isso para todos.

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Fonte

http://teismo.net/quebrandoneoateismo
                                                                    

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Deus é igual ao Unicórnio cor de rosa invisível

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Nessa objeção, o ateu fará uma comparação entre a crença em Deus e a crença em um ser imaginário, como por exemplo, em um unicórnio cor de rosa invisível. Pode ser mais ou menos assim:

''Você acredita em Deus e eu em um unicórnio cor de rosa invisível. Ambos são imaginários. Hahahaha!''

Para quem não tem algum conhecimento de falácias lógicas (veja meu post sobre falácias aqui) essa objeção pode parecer persuasiva e levar um cristão a ter sua fé ridicularizada, minimizando Deus a um simples ser imaginário. Entretanto, é uma objeção de simples neutralização.

Primeiramente, o ateu comete a falácia da inversão de planos, ao comparar Deus (um ser metafísico, imaterial, espiritual) com um unicórnio cor de rosa (um ser, por definição, físico).

O segundo erro gritante nessa objeção é dar as características de um ser (unicórnio, cor de rosa) e dizer que ele é INVISÍVEL. Esse é um erro de raciocínio grosseiro. Se tem características físicas como forma de poney, um chifre pontudo na testa (características de um unicórnio) e ainda ser cor de rosa, NÃO PODE SER INVISÍVEL!

Em terceiro lugar, ainda há o erro em dizer que Deus é imaginário como o pseudo-unicórnio, mas essa terceira parte da objeção falha do mesmo modo que as anteriores.

Há vários argumentos para a existência de Deus, como o cosmológico, Kalam, o argumento do ajuste fino, argumento moral, da contigência e etc.; o que o deixa em situação totalmente diferente do suposto unicórnio. Sendo assim, há boas razões para se crer em Deus ao invés de rotulá-lo como imaginário.

Resumindo:

(1) A comparação de Deus com um unicórnio cor de rosa é falácia da inversão de planos. Deus é um ser metafísico, o pseudo-unicórnio é físico.
(2) Se o unicórnio é invisível não pode ter características físicas.
(3) Há bons argumentos para se crer em Deus e NENHUM para se crer em um unicórnio cor de rosa. O que faz Deus não ser um ente imaginário.

Conclusão

É uma objeção de fácil refutação mas que vez ou outra aparece em debates com ateus. Apenas um conhecimento mínimo de falácias lógicas neutraliza essa artimanha.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Batizar-se pelos mortos? (Batismo por procuração)

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A doutrina do batismo pelos mortos (conhecido por batismo por procuração) é uma das doutrinas distintivas do Mormonismo e o rompimento com o Cristianismo histórico e Bíblico.  A pergunta de que essa prática tem ou não base bíblica e se foi ou não praticada pela igreja primitiva é o assunto que trataremos neste artigo.

Focalizaremos nossa atenção especificamente para essa prática de batismo para os mortos ensinada pelos mormons. Mas, antes, cabe aqui uma pergunta apropriada: A Bíblia realmente ensina a prática do batismo pelos mortos? Foi ensinada e praticada por Jesus e seus primeiros apóstolos?

Embora o Livro de Mórmon é tido pelos adeptos como contendo ''a plenitude do Evangelho eterno'' (Doutrinas e Convênios 17:5), e embora ensinem ser o batismo pelos mortos um ensino central do evangelho de Jesus Cristo, é esclarecedor sabermos que o Livro de Mórmon não contém nenhuma referência à prática, direta ou indiretamente,  deste ritual. As únicas referências dadas vêm de quatro sessões de Doutrinas e Convênios (124,127,128,138). Este ponto também pode ser verificado conferindo no índice na parte de trás do Livro de Mórmon. O que se verifica, é que o livro não traz nenhuma referência a esta doutrina herética.

Apenas um verso?

O silêncio do Livro de Mórmon quanto ao batismo pelos mortos é um fato importante, por isso, um único verso na Bíblia (I Coríntios 15:29), constitui sua base EXCLUSIVA para os teólogos mórmons. Isto é reconhecido pela Enciclopédia do Mormonismo de 1992.

Em I Coríntios 15:29 está escrito:

''Doutra maneira, que farão os que se batizam pelos mortos, se absolutamente os mortos não ressucitam? Por que se batizam eles, então, pelos mortos?''

A primeira coisa que se nota neste versículo é que o batismo pelos mortos não é ensinado de fato, mas apenas mencionado. Dado a natureza escassa de evidência, é especialmente importante seguir princípios sãos de interpretação bíblica, buscando entender este verso.

Dois princípios básicos pertinentes a esta tarefa são: (1) não leia um verso de forma isolada, mas cuidadosamente considere o seu contexto; e (2) use passagens claras e explícitas da Bíblia para interpretar o que está obscuro ou menos claro, não o contrário.

Uma leitura superficial de I Coríntios 15:29 isolado de seu contexto pode sugestionar um aparente apoio para o batismo para os mortos. Porém,  um estudo cuidadoso do verso em seu contexto e na luz de outras passagens bíblicas, deixa claro que isto não é possível.

Seguindo os princípios descritos acima, nós deveríamos fazer várias perguntas, tais como: (1) Há qualquer coisa em I Coríntios (num contexto mais amplo)  que lança mais luz sobre a questão de I Coríntios 15:29? (2) O que o tema e essa linha de argumento tem a ver com o contexto imediato? (3) Como o verso 29 se ajusta nesta linha de argumento? (4) Há alguma outra menção sobre o ensino do batismo, em outras epístolas de Paulo ou em outro lugar do Novo Testamento?

Será que o apóstolo aqui está dando aprovação à doutrina do batismo pelos mortos? Jesus e os outros escritores do Novo Testamento apoiam essa doutrina?

Perguntas como esta nos ajudarão a chegar a uma interpretação precisa do verso 29, e também vão evitar a tentação de ler no texto nossas próprias idéias préconcebidas.

Examinando o contexto mais amplo

Há três outras referências a respeito de batismo em I Coríntios. São elas: 1:14-17; 10:2; 12:13. Em 1:14-17, Paulo menciona o batismo para expressar a preocupação dele sobre contendas e facções nas reuniões entre os cristãos:


“Dou graças a Deus que a nenhum de vós batizei, senão a Crispo e a Gaio;para que ninguém diga que fostes batizados em meu nome.É verdade, batizei também a família de Estéfanas, além destes, não sei se batizei algum outro. Porque Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o evangelho; não em sabedoria de palavras, para não se tornar vã a cruz de Cristo.”


É bem clara suas palavras quando diz que: “Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o evangelho”. Paulo está lembrando aos coríntios que é a mensagem da morte de Cristo por nossos pecados (aceita pela fé genuína) que pode de fato regenerar e pode transformar a pessoa interior, e não o rito externo do batismo. Ele é importante, entretanto, como um sinal externo de fé e obediência. Este fato mostra que os coríntios davam muita importância ao batismo, e que o apóstolo sentia a necessidade de os guiar a um ensinamento equilibrado de seu significado.

Então em I Coríntios 10:2 o apóstolo usa a palavra “batizou” descrevendo os israelitas que cruzaram o Mar Vermelho: “todos foram batizados em Moisés na nuvem e no mar.” Embora este seja um uso figurativo do termo, Paulo usa isto para construir na lembrança deles a prioridade de fé e regeneração interna em cima da questão do batismo (1:14-17). Ele faz uma observação perspicaz dizendo que todos os israelitas que saíram do Egito eram “batizados,” figurativamente, eles não agradaram a Deus: “Mas Deus não se agradou da maior parte deles; pelo que foram prostrados no deserto.” (10:5).

Finalmente, em I Coríntios 12:13 Paulo menciona batismo como um argumento para a unidade Cristã:

“Pois em um só Espírito fomos todos nós batizados em um só corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos quer livres; e a todos nós foi dado beber de um só Espírito.”

Aqui novamente, não é o rito do batismo que vale, mas a realidade da união com Cristo que batismo o batismo representa (Romanos 6:3-4), forjado não através da água, mas pelo Espírito

O orgulho dos crentes em Corinto quanto ao batismo é uma pista importante para se entender o significado de I Coríntios 15:29. Pois como veremos, o apóstolo associa o batismo pelos mortos a um grupo herético dentro da igreja cujo falso ensinamento recebeu atenção especial no décimo quinto capítulo de I Coríntios.

O contexto imediato. O melhor modo para entender qualquer texto na Bíblia é examinar os versos que o cercam. E quando nós lemos I Coríntios 15:29 em seu contexto, fica nítido que é a ressurreição e não o batismo, o único tema dominante ao longo de todo o capítulo 15.

Nos versos 1-11, Paulo declara que após Cristo ter morrido pelos nossos pecados, foi ressuscitado dentre os mortos, fato este que foi amplamente atestado por quase 500 testemunhas, a maioria de quem ele diz ainda estar viva na época.

Então nos versos 12-49 o apóstolo coloca em ordem uma série de argumentos, raciocinando sobre a importância da doutrina da ressurreição do corpo. Aqui, o leitor precisa se lembrar de que a doutrina judeu-cristã da ressurreição, era considerada, loucura, verdadeira tolice entre os gregos antigos (Corinto era uma cidade grega). A menção que Paulo faz do batismo pelos mortos no verso 29 é apenas uma daquelas série de argumentos introduzidos para servir de apoio na defesa que ele faz da ressurreição.

Então a pergunta agora é: então quem em Corinto praticava o batismo pelos mortos. E o mais importante: essa prática tinha a aprovação do apóstolo?

''Alguns dentre vós'' - a chave para a resposta

A pergunta retórica de Paulo no versículo 12 expressa o raciocínio do capítulo: “Ora, se se prega que Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, como dizem alguns entre vós que não há ressurreição de mortos?”

Uma coisa importante que se deve notar é que a série inteira de argumentos nos versos 13-49, especificamente, é apontada para refutar estes falsos mestres dentro da congregação (“alguns dentre vós”) que estão negando a ressurreição abertamente. O esboço seguinte dá uma avaliação da passagem:

1. Se não houver nenhuma ressurreição, Cristo não ressuscitou (v. 13,16);

2. Nosso pregação é vã, nós ainda permanecemos em nossos pecados (v. 14,17);

3. Nós somos considerados como falsas testemunhas (v. 15);

4. Os mortos em Cristo estão perdidos (v. 18);

5. Os cristãos são os mais miseráveis dentre os homens (v. 19);

6. Como a morte veio por um homem (Adão) e seus descendentes, assim também a ressurreição veio por um homem (Cristo) para tudo que pertencem a Ele (v. 20-22);

7. A ordem da ressurreição: primeiro Cristo, as primícias, e depois todos que estão nele na sua vinda(v. 23-28);

8. O ensinamento dos falsos mestres que negam a ressurreição se torna incoerente quando eles se batizam pelos mortos, pois a prática está baseada na esperança da ressurreição (v. 29);

9. Por que sofremos ainda pelo evangelho se não houver nenhuma ressurreição? (v. 30-34);

10. Ressurreição é como uma semente que morre primeiro para então produzir vida (v. 35-38);

11. A natureza do corpo da ressurreição é diferente da do corpo mortal, como a carne de humanos, mamíferos, e peixes são diferentes um do outro (v. 39);

12. O corpo de ressurreição é de maior glória que o corpo carnal, como o sol é de maior glória que a lua (v. 40-41);

13. Mais contrastes entre o corpo da ressurreição e nossos corpos mortais (v. 42-49);

No verso 29 há outra pergunta retórica: ''Doutra maneira, o que farão os que se batizam pelos mortos, se absolutamente os mortos não ressucitam? Por que se batizam eles, então, pelos mortos?'' Paulo aqui aponta o fato que desde que é o corpo humano que é batizado, esses que executam tal rito por procuração por uma pessoa falecida têm de fazer assim porque eles têm a esperança da ressurreição futura por aquela pessoa. Assim, a função primária do verso é ainda outro argumento em defesa da ressurreição.

Também note que o apóstolo contrasta o grupo herético que praticava isto com ele e a comunidade Cristã de Corinto. Quando se refere aos crentes da comunidade ele sempre usa os pronomes “vós” ou “nós” incluindo a si próprio.

Quem São ''eles''?

Se nós perguntamos quem são aqueles “eles” de que fala o verso 29, o contexto aponta claramente para atrás ao verso 12. São esses dentro da congregação que está negando a ressurreição, e para quem a passagem inteira aponta como refutação. Então o argumento de Paulo fica claro: Estes falsos mestres são contraditórios, pois ao passo que negam a ressurreição, ainda se ocupam com um ritual que está baseado na esperança da ressurreição.

Ironicamente, a Enciclopédia de Mormonismo adere a esta mesma interpretação do verso:

“(...)Paulo recorre claramente a um grupo distinto dentro da Igreja, um grupo que ele acusa de inconsistência entre ritual e doutrina.”

Assim, longe de endossar o batismo pelos mortos, Paulo na verdade associa isto com um grupo a quem ele já identificou como estando em grave heresia.

Mas, então, por que Paulo não refutou essa doutrina? Será que Paulo usou uma pratica a qual não concordava para apoiar algo que ele defendia (a ressurreição)?

Veremos que esta objeção levantada por alguns não tem consistência:

 Em primeiro lugar, Paulo já associou esta pratica com falsos mestres. Sendo assim, parece que não precisou de nenhuma refutação especial.

Segundo, a história mostra que a prática na realidade nunca foi amplamente difundida. Somente algumas seitas isoladas praticaram isto, inclusive a seita dos Marcionitas do segundo século, e a Sociedade de Efrata, um grupo oculto Cristão na Pensilvânia (1700). Na verdade estes dois grupos não têm quase nada em comum e até mesmo menos ainda com o ensino do mormonismo.

Assim a reivindicação de que a doutrina do “batismo pelos mortos” fazia parte do Cristianismo original e que se perdeu com a alegada “grande apostasia” carece de base histórica e bíblica.

Paulo já no inicio da epístola declara que “Cristo me enviou não para batizar mas para pregar o evangelho” (1:16) — é uma lembrança de que o batismo não tem a mesma importância indispensável que a fé em Cristo tem. Este é um golpe direto na doutrina do batismo pelos mortos que aponta o batismo como indispensável para ressurreição e para a vida eterna.

O batismo é necessário para a salvação?

Para que haja o batismo pelos mortos é necessário que seja feito o batismo em água que segundo eles tem poder para perdoar pecados. Porém, observe as palavras do apóstolo Paulo “Cristo me enviou não para batizar, mas para pregar o evangelho” (1 coríntios 1:16). Esta declaração é esmagadora e insinua que o batismo não tem importância igual a fé em Cristo.

O Novo Testamento ensina sim, que batismo é um passo importante de obediência para os cristãos, mas não ensina sua necessidade absoluta para o perdão dos pecados e não garante a vida eterna.

Conflitos com o Livro de Mórmon

Mostramos no começo deste artigo que o Livro de Mórmon está completamente em silencio sobre o batismo pelos mortos. Muito pelo contrário, há evidências substanciais no Livro de Mórmon contra a prática deste ensinamento: (1) ensina que aqueles que  morrem sem ouvir o evangelho (os candidatos primários do batismo pelos mortos) estão vivos em Cristo, então não precisam de batismo, e (2) ensina que o batismo especificamente é um convênio para esta vida mortal, de forma que seria completamente sem sentido batizar pelos mortos.

No primeiro ponto, nota que Moroni 8:22 declara explicitamente que o estado desses que morrem sem um conhecimento do evangelho é como as crianças que morrem na infância:

“Porque eis que todas as criancinhas estão vivas em Cristo, assim como todos os que estão sem a lei, porque o poder da redenção atua sobre todos os que não tem lei; portanto o que não foi condenado , ou seja, o que não está sob condenação, não pode arrepender-se; e para tal o batismo de nada serve”  

Então, do mesmo jeito que o Livro de Mórmon rejeita o batismo infantil, rejeita no mesmo fôlego aqueles que morreram na ignorância.

O próximo verso (23) chama isto de obras mortas:
“Mas é escárnio perante Deus negar as misericórdias de Cristo e o poder do seu Santo Espírito e depositar confiança em obras mortas”

O batismo pelos mortos também está em conflito com o ensino mórmon de que o batismo é um convenio para esta vida mortal (Mosias 18:13)

Conclusão

Vimos  que o batismo pelos mortos é totalmente anti-bíblico, carece de fundamentos. Nós não poderemos nos salvar por nossos próprios méritos ou de algum ritual. O batismo não salva, nem a santa ceia, nem minha carteira de membro. Somente a fé em Jesus Cristo é que faz isto.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Seria a Origem naturalista da Vida uma teoria válida? (Parte III)

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[Esta é a última parte da série de artigos sobre a Origem naturalista da Vida. Sugiro para quem não leu a parte I
e a parte II, que leia, para um melhor entendimento].

Dois cientistas bem renomados calcularam as chances da formação da vida por processos naturais. Eles estimaram que há menos de uma chance em 10 elevado a 40.000 de que a vida poderia ter sido originada por tentativas aleatorias. 10 elevado a 40.000 é 1 seguido pos 40.000 zeros!

Os astrônomos Hoyle e Wickramasinghe afirmam:

''A vida não pode ter tido um início randômico (...) O problema é que há cerca de duas mil enzimas, e a chance de obter todas elas em uma tentativa randômica é de apenas uma parte em (10 elevado a 20) elevado a 2.000 = 10 elevado a 40.000, uma probabilidade escandalosamente pequena que não poderia ser considerada mesmo se todo o Universo constituisse uma sopa orgânica.''

E continuam dizendo:

''Se alguém não está predisposto, ou por crenças sociais ou por treinamento científico, para a convicção de que a vida se originou na Terra, esse simples calculo varre a idéia completamente para fora do tribunal (...) O enorme conteúdo de informações mesmo dos mais simples sistemas vivos (...) não pode em nosso ponto de vista ser gerado por aquilo que normalmente é chamado de processos ''naturais'' (...) Para que a vida tivesse surgido na Terra seria necessário que instruções muito explícitas tivessem sido fornecidas para sua montagem (...) Não há nenhum meio  no qual nós podemos esperar evitar a necessidade de informação, nenhum meio no qual nós podemos simplesmente dar um jeito com uma sopa orgânica maior e melhor, como nós mesmos esperávamos que seria possível há um ou dois anos atrás''. [1]

Fred Hoyle continua, dizendo:

''A noção de que não apenas os biopolímeros, mas o programa operando em uma célula viva possa ter surgido por acaso em uma sopa primordial aqui na Terra é evidentemente uma falta de senso do maior grau (...) Grande número dos meus amigos astrônomos são matemáticos consideráveis, e uma vez que eles se tornem interessados o suficiente para calcular por si mesmos ao invés de confiar em rumores de argumentos, eles podem rapidamente enxergar esse ponto'' [2]

Como alguém pode fazer idéia do valor de um número tão grande? De acordo com a maioria dos evolucionistas, o Universo tem menos de 30 bilhões de anos, e há menos de 10 elevado a 18 segundos em 30 bilhões de anos. Então, mesmo que a natureza pudesse, de alguma forma, ter produzido trilhões de combinações de código genético a cada segundo por 30 bilhões de anos, as probabilidades contra a produção do mais simples animal unicelular por tentativa e erro ainda continuariam sendo inconcebivelmente imensas [Mesmo se uma impressionante quantidade de 1.000 trilhões de combinações aleatórias pudessem ser testadas em cada segundo a cada ano por 30 bilhões de anos (ou seja, 10 elevado a 33 tentativas), as chances restantes continuariam sendo um enorme 10 elevado a 39.967 para 1 contra a formação dos genes necessários, baseado na estimativa de 10 elevado a 40.000 de Hoyle]!

Em outras palavras, as probabilidades favorecem enormemente a idéia de que um projetista inteligente foi responsável até pelas moléculas mais simples de DNA. O químico, Dr. Grebe fala sobre o abandono dessa teoria da origem da vida por parte dos cientistas:

''A idéia de que a evolução orgânica poderia ser responsável pelas complexas formas de vida do passado e do presente tem sido abandonada a tempos, desde então, por homens que compreenderam a importância do código genético do DNA'' [3]

O evolucionista Michael Denton também diz:

''A complexidade do mais simples tipo de célula conhecido é tão grande que é impossível aceitar que tal objeto pudesse ter sido montado repentinamente por algum tipo de evento anormal, enormemente improvável. Tal ocorrência não poderia ser dintinguida de um milagre'' [4]

O astrônomo Fred Hoyle (já citado anteriormente) está de acordo com aqueles que acreditam que a Inteligência foi necessária para criar as primeiras formas de vida. Ele diz:

''Entretanto, uma vez que vemos que a probabilidade da vida ser originada aleatoriamente é tão competamente minúscula que a faz absurda, torna-se sensato pensar que as propriedades favoráveis da física das quais a vida depende são em todos os aspéctos deliberadas (...) Portanto, é quase inevitável que nossa própria medida de inteligência deve refletir (...) inteligências superiores (...) mesmo ao limite de Deus (...) uma teoria assim tão óbvia que estranhamos como ela não é largamente aceita como sendo evidente por si mesma. As razões são mais psicológicas que científicas''. [5]

Ele notadamente afirmou que supor que a primeira célula tenha se originado pelo acaso é como acreditar que ''um tornado varrendo um ferro-velho possa montar um Boeing 747 a partir dos materiais presentes ali'' [6]

E ainda diz:

''A noção de que (...) o programa operando em uma célula viva possa ter surgido pelo acaso em uma sopa primordial aqui na Terra é evidentemente uma falta de senso do maior grau'' [7]

Muitos, se não a maioria, dos pesquisadores sobre a origem da vida agora concordam com Hoyle: a vida não poderia ter surgido pelo acaso ou por qualquer processo natural conhecido. Gregg Easterbrook observa que NENHUM cientista materialista tem:

''qualquer idéia do que faz os compostos químicos começarem a viver. A origem da vida é talvez a principal incógnita da ciência contemporânea''. [8]

O Evolucionista Chandra Wickramasinghe diz:

''...há pouquíssimos fatos empíricos de direta relevância e talvez nenhum fato relacionando a real transição da metéria orgânica àquela que pode, mesmo remotamente, ser descrita como vivente'' [9]

O vencedor do prêmio Nobel, bioquímico que ajudou a desenvolver a penicilina, Dr. Ernst Chain, acrescenta:

''Eu preferiria acreditar em contos de fadas a acreditar em tão desregrada especulação. Eu tenho dito a anos que especulações acerca da origem da vida não levam a nenhum propósito útil visto que mesmo o sistema vivo mais simples é de longe muito complexo para ser entendido em termos da química extremamente primitiva que os cientistas têm usado em suas tentativas de explicar o inexplicável. Deus não pode ser invalidado por pensamentos tão ingênuos'' [10]

Muitos evolucionistas estão agora procurando por alguma força teórica dentro da matéria que possa empurrar a matéria em direção a uma montagem de maior complexidade.Muitos criacionistas acreditam que isso está destinado ao fracasso, uma vez que contradiz a Segunda Lei da Termodinâmica.

É importante perceber que a informação registrada nas mléculas de DNA não é produzida por nenhuma interação natural de matéria. Matéria e moléculas não possuem inteligência inata, permitindo auto-organização em códigos. Não há nenhuma lei física que forneça às moléculas uma tendência natural para se arranjarem por si mesmas em tais estruturas codificadas.

Os especialistas Thaxton, Bradley e Olsen, por esse motivo, corretamente se perguntam:

''Uma comunicação inteligível via sinal de rádio de algma galáxia distante seria largamente aclamada como uma evidência de uma fonte de inteligência. Por que então a mensagem na sequência da molécula de DNA também não constitui numa primeira olhada, evidência de uma fonte inteligente? Afinal, a informação do DNA não é só análoga a uma mensagem em sequência como um código Morse, ela é mesmo uma mensagem em sequência'' [11]

Como um disco de computador, o DNA não tem inteligência. Os cídigos complexos e cheios de propósitos de seu ''programa mestre'' só poderiam ter-se originado no seu exterior. No caso de um programa de computador, os códigos originais foram colocados lá por um ser inteligente, um programador.

Da mesma maneira, para o DNA, parece claro que a inteligência teve de ter vindo primeiro, antes da existência do DNA. Estatisticamente, as chances são enormes a favor dessa teoria. O DNA carrega as marcas de fabricação inteligente.

O Dr. Wilder Smith foi um admirado cientista com três doutorados. Ele era muito bem informado sobre biologia moderna e bioquímica. Em sua considerada opinião, qual foi a fonte dos códigos de DNA encontrados em cada planta e animal?

''...uma tentativa de explicar a formação do código genético a partir dos componentes químicos do DNA (...) é comparável à suposição de que o texto de um livro surgiu das moléculas do papel onde as frases aparecem, e não de qualquer fonte  externa de informação'' [12]

E ainda,

''Como cientista, eu estou convencido de que a pura química de uma célula não é suficiente para explicar o funcionamento de uma célula, embora o funcionamento seja químico. As operações químicas das células são controladas por informações que não residem nos átomos e moléculas da célula. Ha um autor que transcende o material e a matéria de que esses filamentos são feitos. O autor primeiramente concebeu a informação necessária para fazer uma célula, então a escreveu e depois a fixou em um mecanismo que a lesse e pusesse em prática - assim as células constroem-se sozinhas a partir da informação'' [13]

Portanto, diante de tudo o que foi exposto, podemos concluir que a vida não surgiu devido à forças naturais cegas, mas sim, por causa de uma Inteligência criadora. Diante de todas as evidências e depoimentos de estudiosos renomados, fica claro que os ateus estão se apegando a um verdadeiro mito.


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Referências

[1] Fred Hoyle e N. Chandra Wickramasinghe, Evolution from Space, 1981, p. 148, 24, 150, 30,31
[2] Fred Hoyle, ''The Big Bang in Astronomy'', New Scientist, Vol. 92, Nº 1280 (November 19, 1981), p. 52
[3] John J. Grebe, ''DNA Complexity Points to Divine Design'', Science & Scripture, Vol. 3, Nº 3, 1973, p.20
[4] Michael Denton, ''Evolution: A Theory in Crisis'', 1986, p. 264
[5] Fred Hoyle a N.Chandra Wickramasinghe, ''Evolution from Space'' (London: J.M.Dent & Sons, 1981), pp. 141,144,130
[6] ''Hoyle on Evolution'', Nature, Vol 294, Nº 5837 (November, 1981), p.105
[7] Fred Hoyle, ''The Big Bang in Astronomy'', New Scientist, Vol 92, Nº 1280, p 527
[8] Gregg Easterbrook, ''Are We Alone?'', Atlantic (August 1988), pp. 35-38
[9] N. Chandra Wickramasinghe in Vol. 325 oh Philosophical Transcripts of the Royal Society of London (1988), pp 611-618
[10] Ernst B. Chain, as quoted by Ronald W. Clark, The Life of Ernst Chain: Penicillin and Beyond (London: Weidenfeld & Nicolson, 1985), pp.147-8
[11] Charles B. Thaxton, Walter L Bradley, e Roger L. Olsen, The Mistery of Life's Origin: Reassessing Current Theories (New York: Plilosophical Library, 1984), pp. 211,212
[12] Arthur E. Wilder-Smith, The Natural Sciences Know Nothing of Evolution (Santee, California:
Master Books, 1981), p. 4
[13] Arthur E. Wilder-Smith in Willem J.J. Glashouwer e Paul S. Taylor, The Origin of Life, 1983

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Seria a Origem naturalista da Vida uma teoria válida? (Parte II)

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Essa é a segunda parte da série sobre Origem da Vida. Para os que não leram a primeira parte, sugiro que a leiam antes de continuar.

Dentro de cada célula há uma área chamada de núcleo, que contém as estruturas de maior importância: os cromossomos. Os cromossomos são estruturas microscopicamente pequenas, em forma de bastões, que carregam os genes. Dentro dos cromossomos, há uma estrutura ainda menor, chamada DNA (ácido desoxirribonucleico). Essa é uma das mais importantes substâncias químicas do corpo humano - ou em qualquer outro ser vivo. O crescente conhecimento científico sobre as moléculas de DNA tem revelado enormes problemas para o materialismo.

O DNA é uma supermolecula que armazena informações hereditárias codificadas. Ela consiste de duas longas ''correntes'' de ''blocos de construção'' químicos emparelhados. Nos humanos, os filamentos de DNA medem quase duas jardas, e ainda tem menos de um trilionésimo de uma polegada de espessura. [1]

Em sua função, o DNA é como um programa de computador em um CD. Ele armazena e transfese informação codificada e instruções. Diz-se que o DNA humano armazena um código de informações para encher 1.000 livros - cada um com 500 páginas de letras muito pequenas e comprimidas. (Essa analogia, que salienta a complexidade do DNA, foi sugerida por Francis C. Crick, o co-descobridor da estrutura helicoidal do DNA e ganhador do prêmio Nobel de 1962).

O código de DNA produz um produto muito mais sofisticado do que o de qualquer computador. Segundo Radman e Wagner, ''O conjunto de instruções genéticas humanos mede aproximadamente três bilhões de letras''. [2]

Assombrosamente, esse enorme conjunto de instruções cabe com facilidade dentro de uma simples célula e rotineiramente dirige a formação de adultos humanos inteiros, começando de um único óvulo fertilizado. Mesmo o DNA de uma bactéria é altamente complexo, contendo no mínimo 3 milhões de unidades, todas alinhadas em uma sequência muito precisa e significativa.

Muitos cientistas estão convencidos de que um código tão complexo e uma química tão intricada nunca poderiam ter vindo por química pura e sem direção. O pesquisador e escritor Luther Sunderland expõe:

''Quando Watson e Crick descobriram a estrutura helicoidal da molécula de DNA e o modo geral como ela codificava a formação e replicação de proteínas nas células, houve grandes expectativas de que uma explicação científica plausível para a origem da vida estivesse logo além do horizonte. A síntese laboratorial de aminoácidos a partir de substâncias químicas básicas elevou mais ainda as expectativas de que o homem, com toda a sua inteligência e seus recursos, poderia sintetizar uma célula viva. Essas esperanças também têm sido frustradas com o fracasso em gerar vida no laboratório, e os pesquisadores estão afirmando que novas leis naturais precisarão ser descobertas para explicar como o elevado nível de ordem e especificidade de até mesmo uma simples célula pode ser gerado por processos randômicos, naturais.'' [3]

O biólogo George F. Howe, fala sobre as chances da origem naturalista da molécula de DNA:

''As chances de que moléculas de DNA úteis se desenvolveriam sem um Projetista são aproximadamente zero. Então, deixe-me concluir comprovando o que veio primeiro - O DNA (que é essencial para a síntese de proteínas) ou a enzina protéica (DNA-polimerase) sem a qual a sintese do DNA não é nada? (...) Não há virtualmente nenhuma chance de que 'letras' químicas iriam produzir espontaneamente 'palavras' coerentes de DNA e proteínas'' [4]

David Kaufmann, da Universidade da Florida, diz que o problema da origem da vida precisa de uma explicação:

''A Evolução precisa de uma explicação cientificamente aceitavel sobre a fonte dos códigos precisamente planejados do interior das células, sem os quais não poderia haver nenhuma proteína específica e, portanto, nenhuma vida'' [5]

O bioquímico da Universidade da California Duane Gish diz:

''A imensidão do problema é raramente avaliada pelos leigos e geralmente é ignorada pelos próprios cientistas evolucionistas (...) O processo pelo qual a vida originou-se foi assim um processo sobrenatural e não pode ser explicado por processos naturais e leis naturais que estão operando agora no Planeta Terra'' [6]

Não importa como as substâncias químicas são misturadas, elas não criam espirais de DNA ou qualquer outro código inteligente. Apenas DNA reproduz DNA.

Continua...


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Referências

[1] Robert F. Weaver, ''ATCG: A Simple Code of Four Parts Spells Out Life'', National Geographic, Vol 166, Nº 6 (December 1984), p. 822
[2] Miroslav Radman e Robert Wagner ''The High Fidelity of DNA Duplication'', Scientific American, Vol 259, Nº 2 (August 1988), pp. 40-46
[3] Luther D. Sunderland, ''Darwin's Enigma: Fossils and Other Problems, 4th edition (santee, California: Master Books Publishers, 1988) p.8
[4] George Howe, ''Addendum to as a Watch Needs a Watchmaker'', Creation Research Society Quarterly, Vol. 23, Nº 2 (September 1986) p. 65
[5] David. A.Kaufmann, ''Human Growth and Development, and Thermo II'', Creation Research Society Quarterly, Vol. 20, Nº 1 (June 1983), p.28]
[6] Duane Gish, ''A Consistent Christian-Scientific View of the Origin of Life'', Creation Research Society Quarterly, Vol. 15, Nº 4 (March 1979), p.185