quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Suposto chamado divino de Maomé

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Maomé afirma ter sido chamado por Deus para ser profeta. Na verdade, ele afirmou ser o último dos profetas de Deus na terra, ''o derradeiro dos profetas'' (Surata 33:40). A suposta natureza miraculosa de seu chamado é usada pelos muçulmanos como prova de que o islamismo é a religião verdadeira.

Uma investigação dos fatos, mesmo a partir de fontes islâmicas, revela que a visão que o islã tem de Maomé sofre de um problema agudo de presunção.

Não é possível encontrar, por exemplo, provas da reivindicação de que ele foi chamado para dar a revelação completa e final de Deus nas circunstâncias que envolvem seu chamado.

Elementos do chamado

Sufocado por um anjo. Durante seu chamado, Maomé disse que foi sufocado pelo anjo - três vezes. Maomé disse sobre o anjo: ''Ele me sufocou com o pano até eu achar que iria morrer. Então me soltou e disse: 'Recite!' (Iqra). Quando hesitou, recebeu ''mais duas vezes o maltrato''. [1]

Essa parece ser uma forma anormal de aprendizado coagido, não característico do Deus gracioso e misericordioso que os muçulmanos afirmam que Alá é, assim como contrário ao livre-arbítrio que acreditam que ele deu ás suas criaturas.

Enganado por um demônio? O próprio Maomé questionou a origem divina da experiência. A princípio, pensou que estava sendo enganado por um jinn (espírito malígno). Na verdade, Maomé a princípio ficou com muito medo da fonte dessa nova revelação, mas foi encorajado por sua esposa Khadijah e o primo dela, Waraqah, a acreditar que a revelação era a mesm que Moisés recebera e que ele também seria um profeta de sua nação.

Um dos biógrafos modernos mais respeitados, Muhammad Husayn Haykal, fala vividamente sobre o medo atormentador de Maomé de estar possuído por um demônio:

''Entrando em pânico, Maomé levantou e perguntou a si mesmo: ''O que vi? Será que fiquei possuído como temia?''. Maomé olhou para sua direita e para sua esquerda, mas não disse nada. Ficou ali por um tempo tremendo de medo e estupefato. Temia que a caverna pudesse estar mal-assimbrada e que ele acabasse fugindo, ainda incapaz de explicar o que viu'' [2]

Haykal observa que Maomé antes temia a possessão demoníaca, mas sua esposa Khadjah o convenceu ao contrário. Pois, ''como fez em ocasiões anteriores quando Maomé temeu estar possuído pelo demôno, agora também permaneceu leal a seu marido e desprovida de qualquer dúvida''. Assim, ''respeitosamente, até reverentemente, ela lhe disse: 'Regozije-se meu primo! Seja firme. Por aquele que domina a alma de Khadjah, eu oro e espero que seja o Profeta desta nação. Por Deus, não abandonarei'' [3]

Na verdade, a descrição de Haykal sobre a experiência da ''revelação'' recebida por Maomé é semelhante a de outros médiuns. Haykal escreveu sobre a revelação para remover a suspeita de culpa sobre uma das mulheres de Maomé:


''Maomé não havia se movido de seu lugar quando a revelação veio a ele acompanhada das convulsões costumeiras. Ele ficou estendido nas suas roupas, e um travesseiro foi colocado sob sua cabeça. Aishah [sua esposa] mais tarde relatou: ''Temendo que algo ameaçador estivesse prestes a acontecer, todos na sala estavam com medo, exceto eu, pois não temia nada, porque sabia que eu era inicente...'', Maomé recuperou-se, sentou-se e começou a enxugar a testa onde gotas de suor de juntavam'' [4]

Outra característica geralmente associada a ''revelações'' ocultas é o contato com os mortos (cf. Dt 18:9-14). Haykal, relata uma ocasião em que ''os muçulmanos que o ouviram [Maomé] perguntaram: 'Está invocando os mortos?', e o Profeta respondeu: 'Eles me ouvem assim como vocês, mas não podem me responder''' [5].

Em outra ocasião, Maomé foi encontrado ''orando pelos mortos enterrados naquele cemitério'' [6]. Haykal até admite francamente que

''não há razão para negar o evento da visita do Profeta ao cemitério de Baqi por ser inadequado, levando-se em consideração o poder espiritual e psíquico de Maomé de comunicação com os diversos campos da realidade e sua percepçãom da realidade espiritual que excede a dos homens comuns'' [7]

Silêncio e depressão. Outra coisa w2ue obscurece a suposta origem divina de sua mensagem é o fato de que, depois disso, houve um grande período de silêncio que, segundo alguns registros, durou três anos, durante os quais Maomé entrou em desespero, sentindo-se abandonado por Deus e chegando a considerar o suicídio. Essas circunstâncias não parecem ser características de um chamado divino.

A ''revelação'' satânica. Em outra ocasião, Maomé anunciou uma revelação que achava ser de Deus, mas depois a mudou, afirmando que Satanás havia colocado os versos no texto. Deus teria dito ao profeta: ''Tais (divindades) não são mais do que nomes, com que as denominastes, vós e vossos antepassados, acerca do que Allah não vos conferiu autoridade alguma'' (Surata 53:23; v. 22:51).

Mas infelizmente a mentira humana é sempre uma possibilidade. Os próprios muçulmanos acreditam que todos os que reivindicam ter revelações que se opõem ao Alcorão são mentirosos. À luz disso, é razoável perguntar se os muçulmanos consideram a possibilidade de a primeira impressão de maomé, de que estava sendo enganado por um demônio, ser correta.

Eles reconhecem que Satanás é real e que é um grande mentiroso. Então, por que descartam a possibilidade de o próprio Maomé ter sido enganado, como pensou a princípio?

Fontes humanas para o Alcorão
. Finalmente, alguns críticos não vêem nada de sobrenatural na origem das idéias de Maomé, observando que a grande maioria das idéias no Alcorão têm fontes judaicas, cristãs ou pagãs conhecidas. Até Haykal inadvertidamente indica uma possível fonte das ''revelações'' de maomé. Ele escreveu:

''A imaginação do árabe é forte por natureza. Por viver sob a abóbada do céu e deslocar-se constantemente à procura de pastos ou comércio, e por ser constantemente forçado a extremos, exageros e até mentiras que a vida comercial geralmente acarreta, o árabe é dado ao exercício de sua imaginação e a cultiva continuamente para o bem ou para o mal, para a paz ou para a guerra'' [8]

Conclusão.

A reivindicação de que Maomé foi chamado por Deus não pode ser apoiada pela evidência. Na realidade, a comprovação, mesmo em fontes islâmicas, é justamente a oposta. Além disso, não há confirmação sobrenatural desse chamado.

Finalmente, o caráter de Maomé deixa muito a desejar em relação à sua reivindicação. Comparado ao caráter impecável de Cristo, Maomé torna-se insignificante.

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Referências

[1] T. Andrae, Muhammad: the man and his faith, p.43,44
[2] M. H. Haykal, The life of Muhammad, p. 74
[3] Idem, p.75
[4] Idem, p.337
[5] Idem, p.231
[6] Idem p.495
[7] Idem p. 496
[8] Idem p. 319

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