domingo, 20 de fevereiro de 2011

Por que devo acreditar em alguma coisa?

Dúvidas acerca da vida nos surpreende a todo instante e quando menos esperamos. Por exemplo, neste exato momento, se você vasculhar sua memória, verá que alimenta uma dúvida acerca de algo: profissão, faculdade, família, etc. Porém, e quando surgem dúvidas acerca da nossa existência? E sobre o nosso destino? Essas são apenas duas das muitas perguntas feitas por todo ser humano. Nós, não nos vemos satisfeitos apenas tendo nossas necessidades naturais supridas, parece ainda que nos falta algo, alguma coisa que não se encontra em lugar algum no Universo. A conclusão a que chegamos, é que deve haver algo além do cosmos, além de tudo o que é observado que dá sentido à nossas vidas. Eis aí uma característica intrinseca de todo ser humano - a busca pelo divino.

Ao longo da vida, recebemos ensinamentos de nossos pais, amigos, professores e do meio em geral em que estamos inseridos, e são esses fatores que influenciam na formação da nossa chamada cosmovisão (visão de mundo) - a maneira pela qual enxergamos a vida. Muitos em geral, são apáticos em relação à uma visão de mundo correta, afirmam que independente da maneira que enxergamos o mundo, no fim todas as cosmovisões estão corretas. Não pretendo me estender este assunto de qual a cosmovisão correta, porque será tema de uma postagem mais posterior. Por enquanto, me limito a examinar porque é importante não ser indiferente em relação a existência ou não de algo além do mundo físico (o que chamamos de metafísica) e no que ela influencia em nossas vidas, afinal de contas, aquilo que uma pessoa acredita sobre Deus afeta tudo o mais que ela acredita.

As cinco perguntas mais importantes da vida são:

• Origem: de onde viemos?
• Identidade: Quem somos?
• Propósito: Por que estamos aqui?
• Moralidade: Como devo viver?
• Destino: Pra onde vamos?

A resposta para essas cinco perguntas, dependem da existência de Deus. Se Deus existe, então existe significado e propósito para a vida. Se Deus existe, então existe uma maneira certa e uma maneira errada de se viver. As escolhas que fazemos hoje não apenas nos afetam aqui, mas também na eternidade. Por outro lado, se Deus não existe, então a conclusão é que a vida de alguém não significa nada. Uma vez que não existe um propósito duradouro para a vida, não existe uma maneira certa ou errada de viver. Não importa de que modo se vive ou naquilo em que se acredita, pois o destino de todos é o pó.

Não estou afirmando com isso que aqueles que negam a existência de Deus não vivem uma vida de objetivos, propósitos, ou uma vida moralmente correta. Certamente que vivem, mas, o que estou tentando dizer é que nada do que se faz na ausência de Deus tem sentido absoluto em si. Um homem que não acredite em nenhum tipo de deus pode alterar o curso da história, mudar sua sociedade ou o ambiente em que vive, mas, quando morrer, ou daqui a alguns milhões de anos quando o Universo se esfriar completamente, todo o seu esforço e trabalho terá sido em vão. Não creio que no fim de tudo, possa dizer que algo valeu a pena.

Mas, felizmente, existem pessoas que reconhecem que uma vida sem um propósito duradouro é uma vida sem sentido, e chegam a conclusão de que tudo não acaba aqui. Há algum ''além'' que está a espera de todos nós, e que igualmente todas as suas ações terão considerável valor após a sua morte. Essa crença em uma vida pós-mortem, e a justa recompensa por cada ato é o que forma a base de todas as religiões. Aliás, já que toquei neste assunto, permita-me esclarecer um equívoco muito comum na mente de alguns quando nos referimos à religião.

A afirmação de que a religião nada mais é do que uma simples questão de fé não é verdadeira. Embora a religião requeira fé, ela não é apenas fé, pois fazem uso de fatos - sejam eles históricos ou não - que são verdadeiros. Todas as religiões - incluindo o ateísmo - fazem afirmações verdadeiras que podem ser avaliadas por meio da investigação científica. Deixe-me dar um exemplo: Os cristãos dizem que o universo foi criado - teve um início [Gn 1:1]. Os hinduístas e budistas não. Eles crêem que o universo é eterno. Um desses está certo e o outro está errado! Os cristãos, afirmam que Cristo morreu e ressucitou [I Co 15:3-8], já os muçulmanos afirmam que Jesus nem mesmo morreu [Surata 4:157]. Uma das afirmações está certa e a outra errada. Não há como as duas estarem certas! Como podemos saber qual dessas afirmações é a verdadeira? - Pela comprovação histórica. Logo, vemos que as religiões são baseadas não somente em fé, mas em fatos.

Tendo esclarecido um dos principais equívocos sobre religião (sendo o outro, ''todas as religiões são verdadeiras'' - que será esclarecido em um post posterior); quero me deter em uma religião em especial: o cristianismo. O qual eu faço parte e que defenderei em todas as postagens.

Já me fizeram a seguinte pergunta: ''O cristianismo é verdadeiro?'' Bem, com toda sinceridade eu acredito que sim. Contudo - algo que não devemos esquecer -, para uma pessoa ter uma certeza como a minha, é necessário que ela faça uma ampla investigação das provas com a mente aberta.

Porém, existem alguns obstáculos emocionais que às vezes impedem a aceitação do cristianismo:

• O exclusivísmo cristão (Somente o cristianismo é a verdade)
• A doutrina do inferno (Deus mandará os desobedientes para o inferno)
• A hipocrisia de alguns cristãos (é fato que a hipocrisia na igreja repele muito mais pessoas do que qualquer outro fator).

Existem também razões para a não aceitação do cristianismo, que não se baseia na area das emoções, mas da vontade da pessoa em não aceitar. A principal é a moralidade cristã - que parece restringir todas as nossas escolhas da vida. Afinal de contas, a maioria de nós não quer dar satisfação de nossas atitudes a ninguém, principalmente ceder nossa liberdade a um Deus invisível. Mas, a despeito de tudo, dos obstáculos intelectuais, emocionais, e da vontade própria, vemos que não é a fé no cristianismo que é uma coisa difícil, mas a fé no ateísmo. Uma vez que a pessoa olha para as provas, ela chega a conclusão de que é necessário ter mais fé para ser um não-cristão do que um cristão - algo que vou começar a explorar nas próximas postagens.

Portanto, como veremos em todas as postagens subsequentes, o cristianismo é a visão de mundo mais plausível para se ter. Essa não é uma conclusão pessoal, sendo eu cristão, mas sim uma conclusão baseada em evidências que você poderá chegar por si próprio. Espero que daqui em diante, você deixe todas as suas bagagens filosóficas que teve até aqui um pouco de lado e analise cada prova a favor do cristianismo com sua mente mais aberta possível. Ah! Já ia me esquecendo. Não tratarei aqui da veracidade das vertentes do cristianismo, se o Catolicismo Romano é verdadeiro, ou o Protestantismo; se a Igreja Anglicana ou a Ortodoxa. Não vou me ocupar nisso. Tratarei da veracidade cristã em geral, como o escritor C. S. Lewis chamou de ''Cristianismo Puro e Simples'', algo comum a todas as vertentes. Portanto, não espere que eu vá me ocupar nestes assuntos; não estou interessado neles - pelo menos por enquanto.

5 comentários:

  1. Gostei muito do seu texto. Concordo com ele, excetuando-se a última parte, pois eu acho que apesar de haver fatos que uns pregam ter acontecido e outros não, e de fato só pode haver uma verdade absoluta, eu não acho que isso faça de outra religião que não seja o cristianismo, como um todo, errada ou pior.
    De qualquer forma, tirando pequeninos erros que sempre cometemos, o seu texto está muito bem escrito! Não sabia que você, além de desenhar tão bem, também escrevia.
    Um beijo,
    Elis.

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  2. Não existe verdade absoluta...FATO
    Existe o que acreditamos que seja verdade.

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  3. Você está absolutamente certo disso? Sua afirmação não se sustenta. Se só existe o que acreditamos ser a verdade, então eu não acredito que sua afirmação seja verdade! FATO [2]

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  4. Não podemos estar 'absolutamente certos' de nada. Somos humanos. A verdade dos humanos é a verdade relativa, a verdade pura é apenas a verdade divina. Pois só ele tudo sabe, tudo vê e ouve. Nós apenas interpretamos, imaginamos, constatamos, tentamos provar...

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  5. Mas quando a verdade diz respeito ao nosso dinheiro, aí nós nos importamos apaixonadamente pela verdade absoluta, e ficamos absolutamente irados com quem nos tratou de maneira relativa.

    Provavelmente toda pessoa relativista quer que seu parceiro(a) viva como se a traição fosse absolutamente errada; e reagiria de uma maneira muito rude se seu parceiro ou parceira colocasse o relativismo da fidelidade no relacionamento em prática!

    Na teoria é muito fácil negar os absolutos, mas, na prática, é impossível.

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